terça-feira, 24 de agosto de 2010

A Morte e o Amor

Participou de nossas atividades o Prof Alisson Corrêa, que brilhantemente contribuiu com o curso Técnico em Produção de Moda, dando aulas de Styling. E no depoimento de algumas alunas após as primeiras aulas “Ele foi o melhor Professor, capaz de concentrar as atenções de todos e passar conhecimento de maneira agradável!” Tive a oportunidade de assistir algumas de suas aulas e me faltam palavras para descrevê-las, ele envolvia os alunos de uma maneira invejável! Dissertava sobre profissões e sobre as características dos profissionais de moda de maneira muito simples e ao mesmo tempo com muita bagagem e um conhecimento bem peculiar.
Infelizmente não o teremos mais como parceiro ou colega, mas os poucos momentos que passou conosco foram muito bons e deixarão saudades, estávamos ansiosos por tê-lo nesse semestre, mas ele com certeza estará em lugares maravilhosos!!

Alessandra Lila


No último domingo 22/08/2010 ele faleceu e infelizmente não pode ver as fotos postadas do seu trabalho. Para expressar nosso sentimento segue texto de Caio Fernando Abreu.


“A Morte e o Amor”


“Somos todos imortais. Teoricamente imortais claro. Hipocritamente imortais. Porque nunca consideramos a morte como uma possibilidade cotidiana, feito perder a hora no trabalho ou cortar-se fazendo a barba, por exemplo. Na nossa cabeça, a morte não acontece como pode acontecer de eu discar um número telefônico e, ao invés de alguém atender, dar sinal de ocupado. A morte, fantasticamente, deveria ser precedida de certo ‘clima’, certa ‘preparação’. Certa ‘grandeza’. Deve ser por isso que fico (ficamos todos, acho) tão abalado quando, sem nenhuma preparação, ela acontece de repente. E então o espanto e o desamparo, a incompreensão também, invadem a suposta ordem inabalável do arrumado (e por isso mesmo ‘eterno’) cotidiano. A morte de alguém conhecido e/ou amado estupra essa precária arrumação, essa falsa eternidade. A morte e o amor. Porque o amor, como a morte, também existe – e da mesma forma, dissimulada. Por trás, inaparente. Mas tão poderoso que, da mesma forma que a morte – pois o amor também é uma espécie de morte (a morte da solidão, a morte do ego trancado, indivisível, furiosa e egoisticamente incomunicável) – nos desarma. O acontecer do amor e da morte desmascaram nossa patética fragilidade.”

3 comentários:

joana disse...

O Alisson era muito querido, que ele fique em paz.

Andréa disse...

Linda homenagem...

Thaiane Bambinetti disse...

Lamentamos profundamente, com certeza era um ótimo profissional!

Beijos Thaiane
http://donna-chic.blogspot.com/